Caso Juliana Marins: estado do corpo comprometeu parte das análises periciais, aponta laudo do IML
(Foto: Reprodução) Peritos do Instituto Médico-Legal do Rio afirmam que embalsamamento e tempo decorrido desde a morte prejudicaram respostas sobre dinâmica da queda e possÃveis causas associadas. Corpo de Juliana Marins passa por necropsia
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro apontou que o estado em que o corpo da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, chegou ao Brasil comprometeu parte das análises periciais.
A jovem morreu após uma queda durante uma trilha na Indonésia, e seu corpo foi encontrado quatro dias depois. O corpo ainda passou por um processo de embalsamamento para repatriação ao Brasil.
Segundo o laudo, o embalsamamento realizado antes da necropsia impediu que os especialistas estimassem com precisão o horário da morte e dificultou a avaliação de sinais clÃnicos importantes, como hipotermia, desidratação ou indÃcios de violência sexual.
"Considerando, única e exclusivamente, o corpo da vÃtima, o perito conclui como prejudicado pelo lapso temporal e as condições de embalsamento que chegou o cadáver", diz o laudo.
A publicitária Juliana Marins sofreu um acidente fatal no monte Rinjani
Reprodução/Instagram
Juliana foi encontrada morta no último sábado (6), após uma queda de altura ainda não determinada.
De acordo com o laudo, a causa da morte foi hemorragia interna provocada por múltiplas lesões traumáticas — entre elas fraturas graves na pelve, tórax e crânio — compatÃveis com um impacto de alta energia.
Embora os ferimentos fossem letais em curto prazo, os peritos consideram possÃvel que tenha havido um breve perÃodo de agonia fÃsica e psÃquica antes do óbito.
Sem acesso a parâmetros essenciais como temperatura corporal, rigidez cadavérica e livores, o exame cadavérico não pôde precisar a hora da morte.
15 minutos de sobrevida após a queda
Os peritos também apontam que a ausência de informações detalhadas sobre a dinâmica do evento comprometeu conclusões sobre uma possÃvel sequência de quedas ou sobre o tempo de exposição da vÃtima ao ambiente antes do impacto final.
O exame não encontrou sinais de contenção fÃsica nem indÃcios diretos de violência sexual. A análise laboratorial não identificou espermatozoides nem lesões traumáticas nas regiões genitais ou perianais.
No entanto, exames genéticos complementares ainda estão em andamento para verificar a presença de material biológico masculino.
Juliana Marins
Divulgação
A perÃcia também foi prejudicada ao tentar apurar se fatores ambientais, como hipotermia, desorientação ou exaustão, contribuÃram para o desfecho.
Foram observados apenas ressecamento ocular e algumas lesões musculares. Não houve sinais de desnutrição, fadiga intensa ou uso de drogas ilÃcitas.
De acordo com os peritos, Juliana poderia ter sobrevivido entre 10 e 15 minutos após o trauma, embora sem condições de reagir ou se locomover.
Marcas de arrasto foram encontradas no corpo, compatÃveis com a inclinação do terreno onde ela foi localizada. A análise final da dinâmica da queda será feita em laudo complementar.
Pedido na Justiça
A realização de uma nova perÃcia foi um pedido da famÃlia para a Justiça brasileira. Além da PolÃcia Civil, um perito particular acompanhou os procedimentos. O corpo inicialmente seria cremado, mas a famÃlia optou por preservá-lo para uma nova perÃcia.
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Treze dias depois da morte, o corpo de Juliana Marins foi enterrado hoje, em NiteróiFONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/07/09/caso-juliana-marins-estado-do-corpo-comprometeu-parte-das-analises-periciais-aponta-laudo-do-iml.ghtml